Assédio Moral no Ambiente de Trabalho
- IVANILDO DE GOUVEIA
- 27 de mai. de 2024
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DIREITO DO TRABALHO

IVANILDO DE GOUVEIA - ADVOGADO - 27/05/2024
Assédio Moral no Ambiente de Trabalho
O assédio moral no ambiente de trabalho é um problema grave e recorrente que afeta diretamente a saúde física e mental dos trabalhadores, além de impactar negativamente a produtividade e o clima organizacional. Caracteriza-se por comportamentos repetitivos que visam humilhar, constranger, inferiorizar ou desestabilizar o trabalhador em suas atividades profissionais.
Este conteúdo tem como objetivo discutir as principais características do assédio moral, suas consequências e as medidas legais disponíveis para a sua prevenção e combate.

Características do Assédio Moral
O assédio moral manifesta-se de diversas formas e pode ser praticado por superiores hierárquicos, pessoas que estejam permanente ou temporariamente em uma condição de liderança em relação à pessoa assediada. Entre as principais características do assédio moral no ambiente de trabalho, destacam-se:
Ações Repetitivas e Prolongadas: O assédio moral não é um evento isolado, mas um conjunto de comportamentos negativos repetidos ao longo do tempo.
Intenção de Humilhação ou Constrangimento: O objetivo do agressor é humilhar, constranger ou desestabilizar psicologicamente a vítima.
Isolamento e Exclusão: A vítima pode ser isolada socialmente no ambiente de trabalho, sendo excluída de reuniões, conversas, confraternizações ou eventos.
Críticas e Repreensões Injustificadas: A vítima pode ser alvo de críticas constantes e injustificadas sobre seu trabalho, capacidades ou comportamentos.
Imposição de Tarefas Humilhantes ou Impossíveis: Atribuição de tarefas abaixo da qualificação da vítima ou com prazos irreais.
Consequências do Assédio Moral
O assédio moral pode ter sérias consequências para a saúde física e mental da vítima, assim como para a organização que trabalha o assediador. Entre as principais consequências, destacam-se:
Problemas de Saúde Mental: Estresse, ansiedade, depressão e síndrome de burnout são comuns entre as vítimas de assédio moral.
Problemas de Saúde Física: Distúrbios do sono, dores de cabeça, problemas gastrointestinais e hipertensão podem ser desencadeados pelo estresse constante.
Baixa Produtividade: A vítima pode apresentar queda na produtividade, absenteísmo e perda de interesse pelo trabalho.
Rotatividade de Pessoal: Empresas que não combatem o assédio moral podem enfrentar alta rotatividade de funcionários, afetando negativamente a continuidade e a qualidade do trabalho.
Danos à Imagem da Empresa: A reputação da empresa comumente é prejudicada, afetando suas relações com clientes, parceiros e o mercado em geral.
Medidas Legais e de Prevenção
No Brasil, o assédio moral é reconhecido como uma prática ilegal e pode ser combatido por meio de diversas medidas legais e de prevenção:
Legislação Trabalhista: A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Constituição Federal garantem a proteção dos trabalhadores contra práticas abusivas e discriminatórias.
Normas Regulamentadoras: Normas como a NR-17, que trata da ergonomia, também abordam aspectos relacionados à saúde mental no trabalho.
Ações Judiciais: As vítimas podem buscar a reparação por danos morais e materiais por meio da Justiça do Trabalho.
Políticas Internas: Empresas devem implementar políticas claras contra o assédio moral, promovendo campanhas de conscientização e treinamentos para todos os níveis hierárquicos.
Canais de Denúncia: A criação de canais seguros e confidenciais para a denúncia de assédio moral é fundamental para que os trabalhadores se sintam encorajados a relatar abusos.
Providências Judiciais para a Proteção do Trabalhador Vítima de Assédio Moral
Quando um trabalhador é vítima de assédio moral, é crucial que ele saiba que possui direitos e que há medidas judiciais que podem ser tomadas para sua proteção e para a reparação dos danos sofridos. A seguir, destacamos as principais providências que podem ser adotadas:
1. Documentação e Provas: A vítima deve coletar e guardar todas as evidências do assédio moral. Isso pode incluir e-mails, mensagens, gravações de áudio ou vídeo, testemunhos de colegas, relatórios médicos e qualquer outro documento que possa comprovar os abusos sofridos.
2. Relatório Detalhado: Manter um registro detalhado das ocorrências de assédio moral, com datas, horários, locais, descrição dos eventos e identificação dos envolvidos pode ser fundamental para a construção de um caso sólido.
3. Denúncia Interna: O trabalhador pode fazer uma denúncia formal ao departamento de recursos humanos da empresa ou ao canal de denúncia, se existir. É importante ter uma cópia ou comprovação de que a denúncia foi feita.
4. Ação Judicial Trabalhista: Com as provas em mãos, o trabalhador pode ingressar com uma ação judicial na Justiça do Trabalho. Nesse processo, pode pleitear a reparação dos danos morais sofridos, bem como a rescisão indireta do contrato de trabalho, caso não haja condições de continuar na empresa.
5. Ação de Indenização por Danos Morais: A vítima pode buscar uma indenização pelos danos morais causados pelo assédio. O valor da indenização pode variar de acordo com a gravidade do caso e as consequências sofridas pelo trabalhador.
6. Medidas Cautelares: Em alguns casos, pode ser necessário solicitar medidas cautelares para proteger a vítima durante o processo judicial, como o afastamento do agressor ou a mudança de setor dentro da empresa.

Lembre-se
Importância de Procurar um Advogado
Diante da complexidade e da sensibilidade do tema, é essencial que o trabalhador vítima de assédio moral procure a orientação de um advogado especializado em Direito do Trabalho. A seguir, destacamos algumas razões para buscar esse auxílio:
1. Orientação Jurídica Adequada: Um advogado pode orientar o trabalhador sobre os direitos garantidos pela legislação, ajudando-o a entender as melhores opções de ação.
2. Coleta e Organização de Provas: Um advogado experiente pode ajudar na coleta e na organização das provas necessárias para sustentar a ação judicial, garantindo que todos os detalhes relevantes sejam considerados.
3. Elaboração de Petições e Recursos: O advogado é responsável por redigir as petições iniciais, os recursos e qualquer outra documentação necessária para o andamento do processo judicial.
4. Representação Judicial: Durante o processo, o advogado representará o trabalhador em todas as audiências e etapas judiciais, defendendo seus interesses e buscando a melhor solução possível.
5. Negociação e Acordos: Em alguns casos, pode ser possível resolver a situação por meio de acordos extrajudiciais. Um advogado pode negociar esses acordos de forma a garantir que os direitos do trabalhador sejam respeitados.
Conclusão
O combate ao assédio moral no ambiente de trabalho é essencial para garantir um ambiente saudável, produtivo e respeitoso para todos os trabalhadores. Empresas e empregadores devem estar atentos às práticas abusivas e tomar medidas efetivas para prevenir e combater o assédio moral, promovendo uma cultura organizacional baseada no respeito e na dignidade humana. A legislação brasileira oferece mecanismos importantes para a proteção dos trabalhadores, mas é essencial que haja um esforço conjunto entre governo, empresas e sociedade para erradicar essa prática abominável.
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IVANILDO DE GOUVEIA – ADVOGADO
27/05/2024
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