União Estável Post Mortem: Reconhecimento e Direitos Previdenciários
- IVANILDO DE GOUVEIA
- 7 de jun. de 2024
- 6 min de leitura
DIREITO DE FAMÍLIA - PERGUNTAS E RESPOSTAS

07/06/2024
União Estável Post Mortem: Reconhecimento e Direitos Previdenciários

A união estável é uma forma de constituição familiar reconhecida pela legislação brasileira, conferindo direitos e deveres aos conviventes, mesmo na ausência de um vínculo formalizado por meio do casamento. No entanto, em alguns casos, a união estável pode se configurar de forma posterior ao falecimento de um dos conviventes, gerando o que se denomina de "união estável post mortem". Neste artigo, abordaremos como proceder para obter o reconhecimento dessa união e os direitos previdenciários a ela associados.
Reconhecimento da União Estável Post Mortem
Para que a união estável seja reconhecida post mortem, é necessário comprovar que os conviventes mantinham uma relação duradoura, pública e com o objetivo de constituir família, mesmo que o falecimento de um deles tenha ocorrido antes do reconhecimento formal da união. A legislação brasileira, em especial o Código Civil, estabelece critérios para a configuração da união estável, não exigindo um período mínimo de convivência, mas sim a demonstração de elementos que evidenciem a relação afetiva e a comunhão de vida entre os conviventes.
A conceituação da União Estável é fundamental para compreender os direitos decorrentes dessa forma de constituição familiar. Tal instituto jurídico encontra respaldo no art. 226, § 3º, da Constituição Federal de 1988, regulamentado pelos artigos 1.723 a 1.727 do Código Civil. Segundo esse dispositivo constitucional, a união estável entre o homem e a mulher é reconhecida como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
No entanto, para que haja o reconhecimento da união estável e, consequentemente, o acesso aos direitos dela decorrentes, é imprescindível que o pleiteante demonstre a existência efetiva da convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família. Essa comprovação é essencial para evitar tentativas de reconhecimento de união estável com finalidades meramente econômicas, desvirtuando o propósito do instituto.
A legislação civil estabelece quatro requisitos para a configuração da União Estável: convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família, conforme dispõe o art. 1.723 do Código Civil. Dessa forma, o reconhecimento da união estável é baseado não apenas na coabitação, mas também na intenção dos conviventes de formar uma entidade familiar sólida e estável.
Portanto, ao buscar o reconhecimento da união estável post mortem, é essencial que o pleiteante esteja ciente dos requisitos legais e busque orientação jurídica adequada para instruir o processo. A presença do senso de justiça do pleiteante é crucial para assegurar que o reconhecimento da união esteja em conformidade com os princípios legais e os valores familiares estabelecidos pela legislação brasileira.
Provas da União Estável
Diversos documentos e testemunhos podem ser utilizados como prova da união estável post mortem, tais como:
· Comprovantes de residência conjunta;
· Declarações de imposto de renda em conjunto;
· Testemunhos de familiares, amigos e vizinhos;
· Documentos que demonstrem a comunhão de vida e a relação afetiva, como troca de correspondências, fotos, mensagens, entre outros.
Direitos Previdenciários na União Estável Post Mortem
O reconhecimento da união estável post mortem é de suma importância para que o convivente sobrevivente tenha acesso aos direitos previdenciários assegurados pela legislação brasileira. Entre esses direitos, destacam-se:
Pensão por Morte
O convivente sobrevivente tem direito à pensão por morte, desde que comprove a união estável perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A legislação previdenciária estabelece que a união estável deve ser reconhecida judicialmente ou por meio de documentos específicos, como declaração de união estável lavrada em cartório, para que o convivente tenha direito à pensão por morte.
Rateio da Pensão por Morte
Caso o falecido tenha deixado outros dependentes legalmente reconhecidos, como filhos menores, cônjuges ou companheiros, a pensão por morte será dividida entre todos os dependentes, conforme estabelece a legislação previdenciária. Nesse caso, é importante ressaltar que o convivente sobrevivente possui direitos equiparados aos demais dependentes, não podendo ser prejudicado em relação ao rateio da pensão.
Benefícios Eventuais
Além da pensão por morte, o convivente sobrevivente pode ter direito a outros benefícios eventuais oferecidos pela Previdência Social, como auxílio funeral e auxílio-reclusão, desde que preenchidos os requisitos legais estabelecidos para cada benefício.
Conclusão
A união estável post mortem é um instituto jurídico que possibilita o reconhecimento dos direitos previdenciários do convivente sobrevivente, garantindo-lhe acesso à pensão por morte e outros benefícios previdenciários. Para obter o reconhecimento dessa união e usufruir dos direitos dela decorrentes, é fundamental reunir as provas necessárias e buscar orientação jurídica especializada para instruir o processo perante o INSS ou o Poder Judiciário. Dessa forma, o convivente sobrevivente poderá assegurar seus direitos e proteger seus interesses em relação à previdência social.
Diante da complexidade jurídica envolvida na comprovação da união estável post mortem e na obtenção dos direitos previdenciários dela decorrentes, é altamente recomendável buscar a assistência de um advogado especializado em direito de família e previdenciário. Um profissional qualificado poderá orientar o pleiteante sobre os requisitos legais necessários para o reconhecimento da união estável, além de oferecer suporte na coleta e organização das provas exigidas.
Além disso, o advogado poderá acompanhar todo o processo de reconhecimento da união estável junto aos órgãos competentes, como o INSS e o Poder Judiciário, garantindo que todos os procedimentos sejam realizados de acordo com a legislação vigente e resguardando os direitos do pleiteante.
Ademais, a assistência de um advogado é fundamental para esclarecer eventuais dúvidas sobre os aspectos legais do tema, bem como para garantir que o pleiteante esteja ciente de seus direitos e das melhores estratégias para alcançá-los. Assim, ao buscar o reconhecimento da união estável post mortem, contar com o auxílio de um advogado especializado é essencial para garantir segurança jurídica e efetividade no processo.
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IVANILDO DE GOUVEIA – ADVOGADO
07/06/2024
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